Lanna Tower

Eu estava no alto da torre observando a cidade por uma das janelas quando ouvi uns passos vindo na minha direção. Era a Amber que já chegara de viajem.
- Como foi no Brasil? Conseguiu alguma coisa?
Ela repousava a maleta enquanto dizia:
- Nada demais. As pessoas do lugar temem falar sobre o que ocorreu há 15 anos.
- Algum nome?
Ela ficou meio que me encarando. Estava claro que ela tentara esconder seu receio ao me responder aquilo.
- Não.
- E o seu namoradinho? Desconfiou de algo?
Ela deu um meio sorriso e me disse sentando-se numa cadeira.
- Não ele não desconfiou de nada. Quando me perguntou o que eu estava fazendo no Brasil, eu disse que tinha ido resolver assuntos sobre a cidadania portuguesa. Disse que queria fazer isso sozinha para não te perturba, pois tinhas muitos trabalhos com o cargo que possuis no Ministério.
- Perfeito! Não quero ninguém estragando meus planos. E quanto a você, eu gostaria de ver seu celular.
- Meu celular?
- É. Algum problema nisso?
- Não nenhum.
Ela retira da bolsa o celular e me entrega, começo a olhar as mensagens até que...
- Eu. Não. Posso. Acreditar. Nisso! Você está grávida daquele imbecil? Como você pôde ser tão burra? Nunca ouviu falar de camisinha? [tento me acalmar] Ainda há solução pra isso. Damos fim a essa criança quando ela nascer. Não quero nosso sangue misturado ao dos assassinos dos meus pais. [observo a expressão dela] Que foi? Você não pensou que depois de eu saber disso, iria te deixar ficar com o fedelho achou?
- Não imagina. Não pensei em nada.
- E isso me faz lembrar que... Você não tem me mostrado suas lembranças recentemente cara sobrinha.
- E nem vai ver. [disse ela baixinho]
- Você ousa me desafiar pirralha?
- A senhora vai ter de confiar em mim se quiser seguir com seus planos adiante. Não é invadindo minha mente o tempo todo que vai me ter como aliada. [disse ao se levantar e me encarar]
- Tens razão. Outros em seu lugar jamais teria aceitado entrar nessa comigo. Me desculpe Amber...
- Tudo bem, mas quando dizes outros, a quem se refere?
Fico em silêncio e começo a caminhar pelo local. Eu não queria dizer a ela que os pais dela e um certo alguém eram contra ao que eu pretendia fazer. Se ela soubesse, eu estaria nessa sozinha.
- É melhor irmos para casa. Não queremos deixar o Romeu sem sua Julieta concorda?
Peguei minha bolsa e ela a maleta. Depois saímos do prédio.