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Consulta de Sofia Redbird

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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Sex 25 Jan 2013, 21:02

Já há um tempo que andava a sentir uma dor estranha no peito. senti dores e fortes picadas, para além de alguns nódulos quando apalpava, como o médico mandou. Eu já tinha ido a duas consultas para ser acompanhada, mas estava tudo bem, tudo controlado.

- Bom dia, Sra. Malfoy. Olá, pequenina, estás boa?

- Bom dia, Sr. Doutor.

Tinha levado a minha Joana comigo, já que ela não tinha escola e naquela manhã não tinha onde deixa-la. Ela adorava este médico, dizia que ele era o Pai Natal e que era muito "adorável". Ela usava bastante aquela palavra, não sei porquê. Sorriu logo, sem vergonha nenhuma e acenou com a cabeça.

- Sim. O senhor médico também?

- Estou sim! Vamos ver se a mamã está boa, sim?

Ela foi logo para cima de uma das cadeiras que girava e eu sentei-me noutra, mais perto do médico. Ainda estivémos um tempo a falar sobre coisas mais simples, como se eu tinha sentido dores ou algo fora do normal.

- Eu tenho sentido algumas dores de vem em quando, mas acho que nada de mais grave do que de costume. Isso não é mau, pois não?

- Calma, tenha calma, tudo se resolve.

Eu já estava a ficar nervosa. Os últimos exames que eu tinha feito tinham revelado alguns nódulos perigosos que podiam induzir a cancro da mama, mas eu queria pensar positivo e pensar que algo estava mal ou que iria, simplesmente, passar. Ele viu-me nervosa e sorriu calmo, mas eu não estava nada calma. A Joana foi brincar para uma secção que era só para crianças, na pediatria, claro, ao cuidado da Alicia, uma enfermeira que eu já conhecia. Quando fiquei sozinha no consultório, deitei-me ao pé da máquina que faria a ecografia mamária e arrepiei-me ao sentir o gel frio, mas fiquei quieta.

- Muito bem, temos um aqui, este é grandinho, querida.

Começou a fazer uma cara mais séria, sem o habitual sorriso, mas foi continuando a falar comigo. Mesmo assim, algo me dizia que estava a correr mal, que eu tinha alguma coisa. Ainda estive lá deitada meira hora, com ele a fazer anotações e a comparar os meus exames. Finalmente, ele abanou levemente a cabeça. Estava à espera que viessem ao conultório entregar os últimos exames.

- Pode vestir-se, Sra. Malfoy. E sente-se, por favor.

Entrou uma das enfermeiras com um envelope grande e o médico, muito pacientemente, tirou os exames de lá de dentro. Analisou-os enquanto eu me vestia e ajeitava, sentando-me depois na cadeira, a mexer nos dedos, nervosa. Vi-o, com ar grave, abanar a cabeça umas poucas vezes, e depois suspirar.

- O que se passa, Sr. Doutor?

- Lamento, mas o que tenho para lhe dizer não é agradável, tendo em conta exames e tudo o mais.

Senti logo as lágrimas virem-me aos olhos, já sabia o que aí vinha, só o tinha tentado evitar ou pensar que não era verdade. Engoli em seco e apenas perguntei:

- Quanto tempo?

- No máximo uns dois meses.

Pus a mão à frente da boca e as lágrimas começaram a rolar-me pelo rosto. Dois meses de vida? Era isso que me restava? O que é que é suposto uma pessoa fazer quando se vê apenas com dois meses de vida pela frente? O médico continuava a olhar-me com pena, via bem o sofrimento em que ele estava por não conseguir ajudar-me mais. Ele já tinha visto os tratamento que eu podia fazer. Eu podia continua a fazê-los, mas iria adiantar?

- Pode continuar com os tratamentos. Eu sei que quer passar despercebida para não alarmar ninguém sem necessidade, mas agora acho que já chegou ao ponto em que deveria contar, minha querida.

- Sim... Eu... Bem.. Acho que vou... Vou continuar com os tratamentos.

Era possível que, agora que o Mason estava bem, fosse eu a doente? Os meus filhos não precisavem de mais tristezas nas vidas deles, já tinham passado por muito, todos eles. De lado, olhei a minha Joana a brincar, pelo vidro. Estava a sorrir, como sempre, na sua inocência. Ela era tão linda, tão querida, era uma autêntica versão minha em miniatura. Ao olhar para ela pus-me a pensar nos meus filhos, em como eles iriam ficar sem mim, sem o meu apoio sempre por trás em tudo, embora eles achassem que não. Eu tinha muito orgulho neles, eles eram a minha vida, aquilo de que eu mais me orgulhava de alguma dia ter feito.

- Muito bem, vai ter de vir cá regularmente, sim? Vamos controlar para ver se conseguimos mantê-la forte para estar em casa, senão vai ter de ficar aqui no hospital.

- Não se preocupe, eu vou fazer isso.

- Muito bem, espero que sim. Vamos com calma, sim? Até à próxima, Sra. Malfoy.

- Obrigada, Sr. Doutor.

Dito isto, peguei na minha mala e saí do gabinete, indo buscar a minha filha.

- Tens dói-dói, mãe?

- Não, princesa, está tudo bem, vamos para casa.

Forcei o meu melhor sorriso, enquanto saímos de lá para voltar para casa. E agora? O que é que eu iria fazer? Não queria viver como uma morta-viva durante dois meses. Dois meses... Era tudo o que me restava para aproveitar. E eu que pensei que viveria até aos mil anos, agora que ia ser professora. Parece que estava enganada. Pensei no meu marido e tive de me controlar para não começar a chorar à frente da minha filha, pois ela já percebia. O sorriso dele passou-me à frente dele, tudo aquilo que nós já vivemos e engoli em seco. Mas eu não iria dar parte fraca, iria viver como sempre fiz: feliz, activa, presente com a minha família, apaixonada. Não iria contar nada à minha família, não conseguiria suportar os olhares tristes e os choros constantes. Se só tinha dois meses de vida iria vivê-los da melhor forma, iria embora feliz e a sentir-me uma mulher realizada, como já era. O que tivesse de vir, viria, e eu iria aceita-lo da melhor forma que conseguisse. E foi com este pensamento que conduzi para casa, devagar e ainda pensativa.
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