Casa Gilbert

Abracei-a e peguei nela ao colo, ela a minha beira parecia anã.

- Está na mesma...Só sabe dormir, estar na cama.. - Disse eu enquanto fechava a porta e a levava para a sala para conversarmos melhor.

Sentei-me ao lado dela.

- Ter temos, mas isso não faz efeito depois do acontecimento. Ela agora como foi mordida, ou a matamos ou esperamos que ela morra. Eu posso tentar falar com o Dean. Eu tenho contacto directo com ele, mas não sei se ele nos pode ajudar...Ele agora está no Alasca com um clã de vampiros amigos da Nicole.

Levantei-me do sofá. Provavelmente o Dean sabia da solução, ou se calhar não havia solução possivel.

- Eu posso tentar falar com ele...Mas não sei se vou conseguir.

- Calma Ashley!

Voltei a sentar-me no sofá e baixei a cabeça, apoiando-me nos cotovelos com as mãos na cabeça.


- Dean?
- Max?
- Dean? Consegues ouvir-me?
- Sim... Diz rapido, estou a meio de uma caçada..
- A Julia foi mordida por um lobisomem Dean.. Ela esta a ficar fraca..Como é que a podemos ajudar?
- Eu não vos posso ajudar, mas sei quem pode.
- Quem??!
- A Nicole.
- A Nicole? Mas ela nunca nos vai ajudar Dean!
- Não posso falar mais, boa sorte Max.

- Então?? - Disse eu, enquanto me levantava impaciente.

- A Nicole...a Nicole é a unica que nos pode ajudar..

- A NICOLE? Mas ela nunca nos vai ajudar Max!!!

Acordei sentindo o corpo inteiro pesar. Eu não queria me levantar... Estava sempre tão cansada...

Mas eu ouvia o Max lá embaixo, e queria estar com ele. Respirei fundo e me obriguei a levantar. Escovei os dentes e parei, olhando para meu reflexo no espelho. Eu andava pálida desde que fui mordida. Balancei a cabeça, em sinal de reprovação e desci as escadas parecendo um fantasma.

-Bom dia, amor! - eu disse sorrindo para Max. Me sentei ao colo dele e beijei-o de leve. Observei-o com cuidado. - Tem que caçar... - eu disse, notando os olhos escuros dele - Eu fico bem sozinha.

Na verdade eu não queria ficar sozinha. Tinha planejado passar o dia com ele. Eu tinha que dizer algumas coisas...

Observei-a a descer as escadas. Ela estava mal, estava a piorar de dia para dia, eu já não sabia o que fazer, agora tudo dependia da Nicole.

Deixei-a sentar-se no meu colo. Era obvio que eu nao a dia deixar sozinha em casa. Depois do que ela tentou fazer à minha irmã era melhor não a deixar sozinha. Não quera que eu não confiasse nela, porque confiava. Mas quando lhe dava aquelas crises, ninguém estava a salvo.

- Não...Não te vou deixar sozinha...E alem disso não tenho sede. - Tinha, mas eu amava-a mais que tudo e não a ia deixar sozinha. Ainda por cima agora.

Revirei os olhos.

-Eu odeio isso! - reclamei - Vai passar sede por minha causa? - Eu sabia bem que ele estava com sede sim. Conhecia-o muito bem para me deixar enganar.

Devagar prendi minhas pernas ao redor da cintura dele, e encostei-me completamente a ele. Eu queria que ele fosse caçar. Mas não queria que ele ficasse longe. Então deixei as reclamações de lado e encostei minha cabeça ao peito dele. Sabia bem que tinhamos pouco tempo juntos e queria ficar perto dele pelo máximo de tempo possível.

- Tu és mais importante do que a minha sede. - Disse eu, a olhar distante, fazendo-lhe festinhas no cabelo.

Eu sentia um nó na minha garganta. Era horrível...

-Max... - eu disse baixinho, enquanto segurava o rosto dele entre as minhas mãos - Você é o homem da minha vida. E eu não sinto nada assim por mais ninguém. - eu não sabia mais se ele tinha dúvidas pelos meus sentimentos como tinha antes.

Baixei meus olhos para o chão. Tinha montes de coisas para dizer, mas tinha medo de que ele se zangasse. Ele não gostava quando eu dizia que ia morrer - mesmo que fosse verdade - então eu teria que tomar cuidado ao escolher as palavras.

- Eu sei, eu não tenho duvidas sobre isso. - Peguei nela ao colo e levei-a para o sofá, deitando-a nas minhas pernas. Nao sabia por quanto tempo é que podia continuar a te-la assim. Não ia perder os ultimos momentos que podia estar com ela para ir caçar.

Eu sorri, observando-o.

-Amor... - hesitei e depois disse tudo de uma vez - Eu te amo. E eu pensava que ficariamos juntos sempre... E me imaginava casando com você... E imaginava também um bebê - eu ri, com os olhos cheios de lágrimas ao vizualizar tudo o que eu nunca teria. - Eu voltaria a ser humana, ou nós adotariamos um, não tem diferença... E agora... - escondi o rosto no pescoço dele, enquanto deixava algumas lágrimas cairem - Agora... Eu não posso ter nada disso. - meu coração se apertava, se contorcia ao entender que logo eu não estaria aqui.

-Eu não posso - repeti, sem levantar meus olhos para ele - Mas você pode... E quando já não estivermos juntos, eu quero que encontre alguém que te ame como eu amo. Alguém que faria qualquer coisa por você. E que nunca te abandone. E quero que case. E que tenha bebês. E que seja feliz... Mas não quero que se esqueça do amor que eu tenho por você, ta bem?

Fiquei horrorizado com as palavras que ela tinha acabado de dizer, as lagrimas de dor estavam a escorrer pela minha cara sem parar. Ela era a minha vida e sem ela a vida não fazia sentido. Se ela morresse, eu morria tambem. Peguei nela e sentei-a no meu colo, de frente para mim, e olhei-a nos olhos.

- Eu tenho esperança que a Nicole nos ajude. Eu tenho esperança de conseguir concretizar todos esses teus sonhos. Se não o conseguir fazer nesta vida, fazemos na que aí vem. Mas uma coisa eu te garanto Julia, o meu coração é teu. Para onde tu fores, ele vai contigo. - Disse eu, tentando controlar-me o maximo possivel.

Agarrei-me bem a ele, tentando me controlar. Eu soluçava, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Eu não queria dizer mais nada. Não queria dizer que eu não partilhava dessa esperança.
Eu tinha tanto medo... Não queria soltá-lo. Não queria me afastar... E principalmente, eu não queria ir embora.

-Eu te amo... Muito...

- Eu também te amo. - Olhei para cima, respirando fundo. Não queria que ela me visse assim, ia ser mais dificil para ela. E para mim.