Casa dos Horrores

Eu não conhecia bem a mamã da Joanna. Já me tinham dito que ela era horrível e muito má, mas eu não sabia, não a conhecia. Ela era mamã não era? E as mamãs gostam muito dos filhos.

Sem ninguém saber fui até casa dela. Na verdade eu perdi-me, e fui lá dar. Wow, a casa era mesmo estranha. Era assustadora! Fiiiixe! Era tipo ir dar uma volta na casa dos horrores! O que tinha piada, porque a casa se chamava mesmo Casa dos Horrores. Pronto, eu estava com um bocadinho de medo.

Mas entrei pelo portão na mesma, devagarinho, e fiquei arrepiado, porque ele fez aquele barulho estranho. Estava tudo super silencioso e eu estava sozinho. Contaram-me que ela tinha um cemitério atrás da casa, no jardim, e eu fui até lá, em biquinhos de pés e sempre a olhar para trás.

Assim que lá cheguei quase fiz xixi nas calças! Aquilo era enorme e via-se muitas sepulturas. Não me aproximei mais, estava com medo! E se aparecesse algum zombie que me comesse o cérebro?!

- Oh não! Eu não quero morrer!

Ouvi barulhos vindos daquela espécie de cemitério e fiquei ainda com mais medo! Queria a minha mamã e os abracinhos dela! Sem parar de olhar para lá, com medo que uma mão saísse da terra, recuei vários passos, assustado, para correr dali para fora!

- O q..q..que? Nã... Não!

Eu não tinha vindo meter-me com ninguém! Nem sequer sabia quem era o Gretel e a Hensel ou lá o que ela disse. Eu só não queria morrer.

- Eu não sei quem são esses, mas garanto-lhe que não os conheço, senhora!

Estava cheio de medo, eu ia morrer?! Ela é que tinha morto aquelas pessoas todas? Será que ela lhes comeu a carne em postas? No forno e com castanhas?

Mas... Ela tinha um cabelo fixe. o.O

-Gosto do seu cabelo!

Falei super baixinho.

(Off: está bem xD eu achei piada fazer isto, desculpa -.-)

(OFF: teve graça xD)

Ele estava apavorado e o cheiro do pânico entrava-me pelas narinas e deixava-me com vontade de fazer coisas macabras a esta pobre criatura Mas depois...ele tocou no meu ponto fraco -.- O CABELO -.- Adora o cabelo! -.- E eu adoro pessoas que adoram o meu cabelo! -.- E que o dizem de forma genuína -.- Porque há aqueles que dizem, mas que por dentro estão a dizer que parece um ninho de ratos -.- Esses normalmente ficam sem pernas -.-

- Oh! o.O A sério?

(PAAAAAAAHAHAHAH xD)

- Sim...

Ainda estava apavorado, acho que ela estava com vontade de me comer, por isso falava baixinho, porque se eu falasse mais alto ia começar a chorar, e um homem não chora, que o Guilherme disse-me. E fazer xixi nas calças? Os machos não disseram nada sobre isso o.o E estava prestes a acontecer.

- Si... Sim... Parece uma onda de surf. E eu gosto de ondas de surf, porque um dia o padrinho vai ensinar-me a fazer surf!

- Cala a boca, criança inútil -.- Tens fome?! -.- - Perguntei. Os putos tinham sempre fome, então este também devia ter -.- E eu não comia ratos, como algumas pessoas pensavam -.- Apesar de tudo, era um ser humano, e as minhas funções e necessidades vitais eram exactamente as mesmas que as dos restantes mortais -.-'

- N..Não, senhora!

Decidi mentir. Mas estava cheio de fome.

- Quer dizer, um bocadinho.

Fiquei ainda com mais medo. Será que ele queria dizer que a comida era eu?! Mas... Se fosse eu ela tinha de me matar para me comer, não era? Então não me oferecia a mim próprio! A menos que... Ah!... Ela ia arrancar-me uma perna e obrigava-me a comê-la antes que eu tivesse tempo de morrer!

Quando ela me levou para dentro de casa dela pensei que era o meu fim. Ela ia mesmo comer-me. Sentou-me num sofá, que por acaso era bem fixe, e eu fiquei lá sossegadinho. Olhei em volta e vi uma cena que parecia uma caveira em cima da mesa.

- Wow! Que fixe! Será que isto... Oh oh... Ups...

Assim que toquei com o dedo naquilo aquilo partiu-se! E agora, o que é que eu fazia? Ouvi os passos dela a aproximar-me e tive de agir depressa. Pus a caveira, ou os bocados dela, dentro de uma taça super grande vermelha que lá estava e que, por acaso tinha ossos lá dentro. Blhac! Que nojo! E fixe!

- Obrigado!

Disse, quando corri para o sofá e me sentei de novo, super sossegado, ao pegar na sandes e no leite. Afinal ela não ia comer-me!

- Come e cala-te! -.- - Disse eu, e sentei-me no sofá a olhar para ele de forma fixa e algo assustadora enquanto ele comia -.-

Continuei a comer, muito sossegadinho, a olhar para ela e para o chão alternadamente. E se ela estava só a engordar-me? o.o Ela ia matar-me na mesma? o.o

- Queres mais, pirralho?! -.- - Perguntei, bruscamente.

'Tá, eu sei que assim assustava o miúdo e não parecia acolhedora -.- Mas eu também não era simpática e as pessoas já sabiam disso! -.- E lá porque tinha gestos dignos de vez em quando, isso não significava que deixasse de me chamar Bellatrix Black! -.-

...mas se ele quisesse mais, eu dava-lhe, coitadinho o.o

- ... Hun.

O puto falava mais que os gajos da Feira Popular, quando a faziam ali atrás -.-' Mas por acaso acho que tinha aí chocolate. Fui à cozinha e reparei que só tinha chocolate daquele de cozinhar Oh, mas que se lixe! -.- Come esse e é se quer! -.-

Voltei à sala e atirei-lhe a barra.
- Enfarda para aí -.-

Fiquei sossegadinho enquanto ela foi buscar o chocolate, a abanar as pernas na cadeira e a cantar baixinho.

- Atirei o pau ao gato-to... Mas o gato-to... Não morreu-eu-eu...

E depois ela voltou e eu calei-me, pegando logo no chocolate. Não vi o pacote, por isso não vi que chocolate era. Assim que provei fiz má cara, a mastigar devagar.

- Sabe mal! Não tem açúcar!

Olhei para ela chateado! Mas que chocolate era este? Sabia mal, a mãe nunca me dava isto! E depois vi o olhar dela e fiz logo boa cara!

- Aaah! Mas come-se! Quer dizer... Faz bem à saúde!

(PAAAAAAAAHAHAHAH xD)

- Mas... Mas... Não é assim que funciona! O chocolate tem que ter açúcar lá dentro! Não é por cima!

Eu já estava coberto de açúcar! A mãe ia ralhar comigo e eu nem ao menos comi um chocolate bom!

- TÁ, ENTÃO! -.-

Arranquei o meu punhal da liga, que era onde eu o guardava porque ninguém se lembrava de procurar aí -.-, e abri o chocolate ao meio, polvilhando-o com açúcar -.- E depois apontei-lhe a varinha.

- Chocolate Reparo! - E o chocolate voltou a juntar-se imaculado. - PRONTO! -.- Cheiinho de açúcar e gorduras! -.-

- ... Ah está? - Perguntei, um bocado surpreendida Mas claro que estava, eu fazia tudo bem! -.- - Claro que quero, fui eu que fiz, deve estar fabuloso e fantástico, como tudo aquilo que vem de mim! -.-

Tirei um bocadinho e dei uma trinca. Realmente estava bom Até sem intenção eu era perfeita Mas deixei-o comer o resto, já que tinha gostado -.-

- É bom, não é? Eu também acho! Será que funciona com pão? Assim eu punha chocolate lá dentro e quando a mãe não visse punha lá açúcar também! Ela não me deixa comer muitos doces, diz que eu fico com os dentes podres e que faz mal à barriga! Mas eu não acho! É verdade?

Eu não queria ficar assim.