Ala Hospitalar

Rangi os dentes, inquieta. Eu não aguentava mais ficar presa aqui.

Sinceramente? Quebrei o braço, mas pelo menos não tive que ir para aula E foi tudo culpa do professor Paul! Se ele não tivesse dito que me colocava para fora se eu me atrasasse outra vez eu não teria corrido! E consequentemente não teria caido... -.-

E pronto, aquilo já me enchia -.-

Eu NÃO queria ir para aula, mas também não queria ficar presa na ala hospitalar!
Onde é que se está o Max quando eu preciso dele? Ele não podia só vir aqui me buscar e pronto? -.-

A enfermeira voltou, com um vidro de poção na mão. O aspecto era nojento!

-Toma aqui e você já fica boa! - ela veio com aquele negócio na minha direção.

-Não... - arregalei os olhos. - Eu já tou boa, ó! - levantei o braço para não ter que tomar aquela coisa, mas só fez doer mais. Eu gemi baixinho e mordi o lábio.
Por que é que eu tinha que ser tão desastrada?! -.-

Ela me ignorou e meteu uma colherada daquilo na minha boca. Quase cuspi -.-

-Agora descansa, mais tarde volto trazer outro desse para você
Ela parecia feliz -.- Divertida, até -.-

Tentei imaginar quantos alunos já cairam da escada de Hogwarts e cheguei a conclusão que fui a primeira -.- Então sim, ela tinha razão em se divertir -.- Eu riria se não fosse comigo o.O

-Urgh! - me afundei na cama, de mau humor.

-Max... - senti um sorriso se abrir no meu rosto e logo me mandei para o lado da cama, oferecendo-lhe espaço para que ele se sentasse comigo.

Mordi o lábio e corei de leve quando ele me perguntou o que tinha acontecido. Tentei pensar em alguma desculpa, do tipo "Eu briguei com um lobo e ele arrebentou meu braço" porque ia me fazer parecer mais corajosa - ou menos estúpida - mas não deu certo porque essa não colava e nenhuma outra me veio na cabeça -.-

Duh, lenta! -.- A Ashley contou -.-

-Eu rolei escada abaixo - admiti, revirando os olhos - Fui correr, como faço em casa e rolei aquilo tudo. E depois quebrei o braço e ela me colocou essa tala - expliquei, apontando o braço. - E depois me fez beber uma poção nojenta e urgh... - estremeci - É mesmo ruim. Tem gosto de peixe -.-

Me encostei ao peito dele.

-E não, você não pode rir sem levar um soco do braço bom -.- - mesmo que eu soubesse que não faria nem cócegas nele.

-Bem feito? - repeti, ofendida e revirei os olhos - Eu esparava mas é que meu namorado me desse mimos e dissesse que a culpa foi do professor Paul, por ser tão estúpido! -.- Está sendo mau, Maxi

Na verdade eu não podia, mas decidi fingir que sim, já que não gostava de estar ali -.-

-Claro, posso... - respondi me levantando. Assim que peguei minha bolsa com o braço bom, entrou a enfermeira, apressada.

A pressa dele desapareceu assim que ela viu o Max e elha olhou para ele assim " ", que eu bem vi!

Velha safada! -.-

Joguei a mochila no ombro do braço que estava bom e passei o braço machucado ao redor da cintura da cintura dele - o que me fez parecer uma anã - e semicerrei os olhos para ela.

Ela piscou os olhos, como quem quer seduzir alguém e finalmente me encarou.

-Sua poção, fofinha! Ainda não tomou! Tem que tomar!

-Outra vez? Não, não e não. É nojento.

Ela sorriu, a velha safada!, e chegou perto do meu Max, entregando-lhe a poção.

-Faz ela beber, sim? Ou vai ficar com o braço ruim.

Então eu jurava que ela ia voltar para sabe-se-lá onde, mas a velhota sentou, assim do ladinho dele, se oferecendo toda, a sem vergonha! Se ela não estivesse cuidando do meu braço e não fosse velha, eu socava-a! -.-

Se ele quisesse velhas ia buscar no Asilo, ora! -.-

O Max me sentou de frente para ele. Eu mordi o lábio, até que ele falasse do casamento. Abri um sorriso enorme.

-É, eu não podia casar assim! - eu disse, olhando para enfermeira, que murchou a bolinha na hora

É, baby. O gatão vai casar. Comigo!

Até tomei coragem para beber o treco ruim -.-

Eu me levantei, ficando ao lado do Max, quando a enfermeira se aproximou outra vez e lhe entregou um papel rosinha -.-

-Olha, se algum dia ela ficar mal, você pode me ligar, tá bem? Eu te ajudo! - safada, sem vergonha! O "ficar mal" dela não tinha nada haver com a saúde!

- Não se preocupe porque eu tenho um curso de enfermagem. - Disse eu, sorrindo para a velha, que se estava a fazer a mim à força toda -.-' e levei a MINHA Julia dali para fora.

Finalmente chegamos a enfermaria, que alivio, ainda por cima ele era lento. Ele poisa-me em cima de uma maca e não há la nenhuma enfermeira. Que bonito, como era possível?

Fico lá sentada, enquanto o Tiago vai chamar a enfermeira, a olhar para as janelas , tanta coisa para fazer, tanta coisa a acontecer lá fora e eu aqui . Começo a imaginar como estariam as coisas na EBFR, o que o pessoal estava lá a fazer, de certeza a fazerem asneiras ou a pregarem partidas, tinha saudades dessa vida...

Faço má cara ao Tiago, quando a enfermeira aproxima-se de mim.
-O que lhe aconteceu querida?
-Tropecei e acabei por aleijar-me no tornozelo.
A enfermeira começa a apalpar-me o tornozelo para tentar descobrir o que ele tem e no fim abana a cabeça.
-Torceu o tornozelo, felizmente é uma coisa simples, terá de por uma pomada e terá de descansar por uns dias.
-Descansar por uns dias? - pergunto, não podia ficar parada, não agora...
-Sim, não poderá andar para trás e para a frente, tem de repousar. Vou buscar a pomada.
A enfermeira sai.
-Só me faltava esta. - reclamo comigo mesma.

- vê lá a a parte boa.... Assim tens uma desculpa para não estudares....
Vi que ela não se riu.
- Tu gostas mesmo de estudar nao e?

-Não não gosto de estudar, nem gosto de passar metade do meu tempo livre a treinar. -olho pela janela, eu dava uma imagem tão errada assim de mim?

-Sim o Átila foi uma excepção! -Só esperava que não fosse a minha morte, do outro lado da janela começa a chover, adorava ver chover, mas não nestas condições.

Ri-me amargamente do comentário dele.
-Eu vivo a minha vida, vou as compras como todas as raparigas, vou a festas, não tanto ultimamente, pratico o que mais gosto, estou com quem quero...como vez tenho uma vida, apenas os estudos são a minha prioridade. A minha vida resume-se: sem sentimentos, sem ligações, pelo menos em alguns pontos ainda é assim.

- Pronto tu é que sabes!
Depois dirijo-me á enfermeira e digo:
- Não há maneira de conseguir pô-la rápida num instante?
- Ah sim menino. E até é fácil de fazer.
Chego perto da Melanie e digo:
- Daqui a pouco sais daqui!

Vejo-o a dirigir-se a enfermeira e volto a olhar pela janela, ele volta para perto de mim.
-Sabes que já não precisas de estar aqui, não sabes? - digo num tom de voz mais cansado do que pretendia.

- Eu só saio daqui quando te vir a andar pelo teu próprio pé... Tou a fazer o papel da Selena, se ela sabe que eu te deixei aqui sozinha ela mata me
Sorri-lhe um pouco e pareci ver um do lado dela!