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Casa Do Barco

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Mensagem por Escola de Magia PT Ter 06 Set 2011, 16:49




Casa do Barco


Para se entrar no castelo existem três opções. O primeiro ano é obrigado
a vir de barco. Os restantes podem ir a nado ou podem entrar pelo
portão principal.
Fica á escolha de cada um.
A casa do barco contem alguns barcos pendurados nas paredes, ou a pairar pelo tecto, todos bem amarrados a um pilar mestre.












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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Seg 03 Out 2011, 10:33

Estava a andar pelo castelo, não via bem para onde estava a ir, mas também não me importava. Quando dei por mim tinha ido parar aquela escadaria enorme. Ninguém ia ali, só era usada no início do ano lectivo, quando os caloirinhos chegavam. Sentei-me num dos degraus a olhar para aquela parte do lago.

O que se passava? Não sabia... Talvez tivesse só acordado num dia não. Daqueles dias em que achamos que ninguém nos percebe e que, portanto, mais vale estar sozinhos. Pus-me a ouvir "Like we used to", a música que o Mason cantava para mim, enquanto me deixei ficar ali sentada com os braços a volta das pernas.

As minha amigas sempre tinham estado lá para mim. Podia contar com elas, mas de repente comecei a questionar-me se estariam mesmo. Era fácil fazer e dizer muita coisa no momento, mas e quando precisávamos mesmo?

Eu sabia que elas gostavam de mim, isso nem se punha em questão, então porque é que eu as sentia tão afastadas de mim? Não me lembro da última vez que estivemos todas juntas a rir e a divertir sem de repente acontecer alguma coisa estúpida. Parecia que ultimamente todas andávamos ocupadas com algo mais e percebi que não queria isso, queria que fosse como dantes, todas juntas.

Abanei a cabeça, não queria pensar nisso, a verdade é que as pessoas mudam, umas vezes para melhor, outras para pior, ou as duas ao mesmo tempo. Demasiada confiança leva a que algumas pessoas mudem o feitio. Teria acontecido isso comigo? Não, acho que não, eu continuava a mesma. Mas sentia-me cada vez mais afastada delas, e não queria isso.

Deixei-me ficar ali sozinha, não reparei nas horas e acabei por faltar a uma aula. Não importava, haveria de recuperar matéria.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Seg 03 Out 2011, 15:06

Por alguma razão que eu própria desconhecia, dava por mim agora com alguma curiosidade acerca da Casa do Barco. Não sabia bem porquê, mas apetecia-me ir lá (talvez pelo bichinho da curiosidade e da aventura).
Não era muito do meu feitio estar a ignorar os meus instintos, portanto tirei as sapatilhas e caminhei descalça até lá. Adorava voar, mas ao fim de tanto tempo em cima de uma vassoura, também acaba por saber bem ter os pés no chão.
Quando cheguei lá, reparei numa das minhas alunas com um ar desanimado. Aproximei-me devagar e sentei-me ao lado dela.

- Queres um bocadinho de gelado de morango? Dizem que anima as meninas tristes. Smile
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Seg 03 Out 2011, 19:34

Estava completamente absorta nos meus pensamentos quando ouvi a voz da professora. Olhei para ela e fiquei confusa. A minha cara deixava transparecer assim tanta preocupação? Estaria eu com cara de parva e triste assim com tanta clareza?

- Hum... Olá, professora. Não quero, obrigada... Porque diz que estou triste? Eu estou óptima, vim aqui só para pensar um bocadinho...

Não era verdade, mas eu não tinha nada que dizer o que pensava ou sentia a esta professora, não a conhecia embora me parecesse simpática e acessível à nossa idade.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Qui 13 Out 2011, 02:05

- Sofia...eu sei que não te conheço bem e que provavelmente não te sentes muito à vontade comigo. Mas a verdade é que não é preciso ser um expert na mente humana para perceber que estás triste. - Disse eu, olhando-a.

A Sofia parecia-me uma miúda muito recatada. Já tinha reparado que não era muito de falar dos sentimentos dela e isso preocupava-me um pouco.
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Qui 13 Out 2011, 19:38

- A sério, professora... Estou bem! Smile

Forcei o sorriso mais convincente que consegui. Já me tinham dito que eu fazia mal em guardar tudo para dentro, mas falar não ia melhorar o meu estado. Ia começar a chorar, se calhar, e não queria.

- A propósito, gosto da sua roupa...

Disse aquilo para descontrair um pouco, e até gostava, por acaso. Aliás era linda.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Qui 13 Out 2011, 23:47

Sorri e percebi a deixa. A Sofia estava a desviar a conversa e eu sabia perfeitamente que isso significava que não queria falar. Provavelmente ela ainda não sabia que eu tinha acabado de ser nomeada psicóloga da escola e deve ter achado que não me conhecia suficientemente bem para falar comigo. Era normal, eu entendia e estava habituada a essas coisas. Por isso, preferi fingir que não tinha percebido o que ela tinha acabado de fazer.

- Obrigada. Também gosto da tua, assim meio retro. Smile - Disse. Não estava a mentir. Ela tinha um estilo meio diferente e algo estranho, mas até lhe ficava bem. - Que fazes aqui sozinha? Onde estão as tuas amigas?
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Sex 14 Out 2011, 09:42

Comecei a rir levemente.

- Sim, as minhas amigas estão sempre a dizer que me visto mal... Porque gosto de usar roupas diferentes.

E, subitamente, parei de sorrir. Seria isso? Não isto da roupa... Mas este sentimento de que, talvez, eu não fosse como elas. Afinal elas eram todas lindas e pareciam sempre deusas da moda ou o caraças. Eu era só eu, normal.

- Hum, não sei. Devem estar a fazer algo, algures no castelo.

Sorri sem olhar para a professora. Ela parecia mesmo simpática, mas eu não gostava de falar do que sentia, sentia-me exposta e ficava nervosa com isso.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Sex 14 Out 2011, 20:18

Um dos truques da Psicologia era conduzir a conversa de modo a que o paciente acabasse por falar das coisas sem perceber que o estava a fazer, e era por essa vertente que eu estava a seguir.

- E tu não estás com elas porquê? - Perguntei, sem olhá-la nos olhos. Fitava o horizonte à minha frente, de modo a que ela não se sentisse pressionada ou avaliada.
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Seg 17 Out 2011, 18:58

Encolhi os ombros involuntariamente. A verdade era que eu não sabia. Às vezes fazia-me bem estar sozinha e a elas também.

- Não sei... Apenas acho que... - não sabia bem como escolher as palavras, prova de que eu não estava habituada a falar do que sentia ou a mostra-lo. - Elas estão ocupadas ou assim.

Forcei um sorriso tímido. Não era longo, mas era o suficiente, achava eu. O que se passava? Eu também não sabia... Sentia-me distante delas, e tinha medo de ser como uma exclusão do grupo.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Seg 17 Out 2011, 19:10

A Sofia sentia-se claramente excluída. Eu própria não sabia explicar porquê, dado que as via sempre todas juntas e animadas. Mas não me cabia julgá-la ou questionar os seus motivos. Estava ali para ser neutra e ajudá-la no que pudesse.

- E porque é que não estás junto delas? De certeza que não ias estorvar. - Disse eu. Na verdade, estava a conduzi-la da forma que eu queria, de modo a que ela dissesse o que eu pretendia. Só assim podia saber o que se passava. Truques... Smile
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Seg 17 Out 2011, 19:38

- Eu sei, sei que elas gostam de mim!

Era verdade, sabia que as minhas amigas me adoravam, talvez o problema fosse só meu...

- Não se preocupe, acho que só me apetecia ver o lago... Smile

Sorri-lhe um pouco na tentativa de mostrar alguma despreocupação.
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Mensagem por Angelina Rose Stewart Ter 18 Out 2011, 12:36

- Hum...está bem, então. Sabes que é normal que te "apeteça ver o lago" várias vezes...nem sempre vais estar bem. Mas são coisas com as quais tens de lidar. E vão passar-te ideias ridículas pela cabeça em muitas ocasiões, especialmente se estiveres em baixo. É o teu cérebro a pregar-te partidas, por isso é que tens que seleccionar bem a informação que ele te dá e decidir o que vale e não vale a pena focar. - Disse-lhe, e desta vez olhei-a. - Embora te pareça que estás a ser posta de lado, ou mesmo que és diferente delas...não achas que isso são mais paranóias que outra coisa? E repara, não te estou a chamar paranóica nem nada. É um processo normal do cérebro. Talvez por estares mais em baixo com alguma coisa, ele vai enviado informações negativas que são um bocadinho erróneas.
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Mensagem por Sofia Redbird Malfoy Ter 18 Out 2011, 20:28

Pensei no que ela disse. Talvez ela tivesse razão e o meu cérebro podia estar só a pregar-me partidas. E, de repente, senti-me muito melhor!

- Sabe? Tem razão... Smile Obrigada, professora! Devia candidatar-se a psicóloga da escola! Smile

Era verdade, eu não sabia na altura, mas ela tinha muito jeito. Levantei-me e dei-lhe um abraço. Talvez não fosse comum acontecer isso, mas esta professora ajudou-me.

- Adeus, professora, e mais uma vez, obrigada! Smile

Saí de lá mais animada. A sensação má não tinha desaparecido, mas pelo menos eu sabia que era ridículo sentir-me assim, tinha essa consciência.
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Mensagem por Convidado Seg 24 Out 2011, 19:20

Agarrei na viola que era do meu pai e fui sentar-me na escadaria enorme. A minha mãe contou-me que esteve ali e que era bom para pensar, já que, ultimamente muita gente ia para o lago. Dali eu conseguia ve-lo e, pensando melhor, resolvi descer a escadaria e aproximei-me mais do lago sentando-me.

Comecei a tocar alguns acordes, enquanto pensava. Estava mais leve numa coisa: já tinha falado com os meus pais e com o meu irmão, ia falar com um psicólogo acho eu, porque isso deixava a minha mãe mais descansada
Se ajudasse, tudo bem. Eu só queria estar bem com os meus pais, sabia que a minha mãe estava a sofrer por minha culpa, e eu não aguentava isso.

Sentia-me mais leve, não andava mais angustiada. Por outro lado essa leveza teve consequências graves para mim. Perdi o Tiago. Perdi-o mesmo. Aquela vaca da Rita só piorou tudo para mim, embora eu tenha de admitir que ela era linda. Ainda a odiava mais por isso! Ele divertia-se com ela, com ela e com mais outras amigas, pelos vistos. O que é que eu podia fazer? A culpa foi minha.

Suspirei. Não adiantava, eu tentei, fui tentando aproximar-me devagar, e depois aquela mensagem dele deixou-me de rastos. Eu podia ter cometido erros, muitos, mas estava a tentar mudar, ele pensava que eu era o que? O que ele me chamou indirectamente não se chama a ninguém, deixou-me magoada. Ainda assim eu ficava ainda mais triste ao sentir que ele me odiava, embora dissesse que há sentimentos que não se conseguem deixar de ter.

Respirei fundo e cantei um pouco enquanto tocava. Só me vinham à cabeça músicas destas, mas o que haveria de fazer? Fora mais ou menos o que o meu pai me ensinara...

Spoiler:


What you don't know

is that I lay awake

Wishing you were here tonight

What you don't know

Is that I loved you

long before we were alive

Cause how would you know, how could you know

So now I'm gonna tell you everything...


What you don't know

I have studied the way you walk

What you don't know

Is I've already kissed you

in the shadows of my heart

What you don't know

Is that you're poetry

If you turn around there's someone you won't see...


Nem reparei que estava a chorar até me cair uma lágrima em cima da mão. Deixei estar, não me apetecia limpa-las mesmo. Suspirei. O Tiago ia ser muito feliz com alguém que o merecesse de facto, eu não era essa pessoa. Para ser sincera, acho que neste momento foi a primeira vez que me apercebi mesmo que o tinha perdido.

- Lindo, Zoey...

É irónico, sempre me chamaram de princesa, e nunca chamaram príncipe encantado ao Tiago, mas afinal ele era um, e eu era tudo menos uma princesa. Pensei nisto com amargura, mas não podia deixar-me ir ainda mais abaixo. Ia tentar começar de novo, infelizmente, sem o Tiago, mas ia tentar, pela minha mãe, pelo menos.

Deixei-me ficar ali ainda a tocar e a cantar baixinho durante um tempo, músicas que diziam tudo e que não diziam nada. Era-me igual, só precisava de respirar e tentar acalmar o meu coração.
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Mensagem por Tiago Leand Willis Ter 25 Out 2011, 00:04

Assim que a Rita saiu a chorar do meu quarto, percebi que precisava de apanhar ar. Detestava magoar raparigas, especialmente quando elas choravam e quando envolvia sexo. E era precisamente o caso. Boa, Tiago.

Não sabia para onde ir. O Gui estava a trabalhar no turno da noite, por isso não podia ir falar com ele. O tio Ruy também andava meio marado desde que a minha mãe desapareceu, portanto também não valia a pena. O tio Max andava perdido não sei por onde, provavelmente tinha ido procurar a minha mãe ao Zimbabwé -.- E ir falar com o meu padrinho acerca de ter ido para a cama com outra rapariga que não fosse a filha dele havia de dar uma coisa bonita -.- Portanto, o melhor era mesmo ir espairecer sozinho e tentar esfriar a cabeça.

Não me apetecia ir a nenhum bar, porque isso significava que podia encontrar a Rita ou eventualmente deixar-me ir na conversa de alguma tipa mais engraçada e depois repetia-se a mesma treta, coisa que não me parecia bem. Portanto, optei por ir para a escola.

Estava a passar pelos terrenos quando ouvi uma voz familiar. Tinha a certeza que era a Zoey, reconhecê-la-ia até a metros de distância. Aproximei-me por entre as sebes e fiquei a ouvi-la cantar. Quando ela parou, fui sentar-me ao pé dela como se tivesse acabado de chegar.

Não a olhei, sequer. Limitei-me a mirar o lago com uma cara séria e enrolei os braços à volta dos joelhos. Ela já sabia mais ou menos do que se tinha passado com a Rita. Eu não aguentava e tive que lhe contar, apesar de ter plena noção que tinha o direito de fazer a minha vida como quisesse e que não lhe devia absolutamente nada.

- Odeio isto.
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Mensagem por Convidado Ter 25 Out 2011, 10:00

Fiquei completamente parada no tempo quando ele se sentou. Deus! Ele era tão lindo, aqueles olhos matavam-me. Fiquei ainda durante uns segundos a olha-lo com a viola na mão. Depois, como ele não disse nada, dei um pequeno saltinho, como se acordasse, e virei de novo a cabeça para a frente, olhando o lago e toquei alguns acordes, baixinho.

Eu sabia que não íamos voltar, não íamos ser os amores perfeitos que eu tinha na cabeça há pouco tempo atrás. Não porque ele não fosse um príncipe, eu é que não era uma princesa. Não ia mais magoa-lo nem por-me no caminho dele. Ele tinha o direito de seguir, eu ia apenas esforçar-me nas aulas e tentar compensar os meus pais ao ser uma boa filha.

Eu e ele podíamos ser amigos, eu gostava de estar com ele, ele fazia-me rir e fazia-me sentir bem, protegida e acarinhada. Como amiga não devia ser diferente! Quem é que eu queria enganar? Claro que era... Mas eu não ia ser mais do que amiga dele, e, a pensar ainda na mensagem dele, decidi também que não ia mais fazer nada com ele só porque ele pediu. Talvez fizesse, se ele não tivesse dito aquilo daquela maneira. Fez-me sentir nojenta. Ele podia ver-me só como amiga para passar um bom tempo e ter sexo com outras, eu podia ter cometido muitos erros, mas não servia só para isso.

Achei a pergunta dele irónica e fiz um pequeno sorriso mesmo triste.

- Odeias que parte?

Perguntei-lhe isto sem olha-lo e enquanto continuava a tocar baixinho.
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Mensagem por Tiago Leand Willis Ter 25 Out 2011, 17:20

- Todas as partes. Odeio não ter a minha mãe aqui, odeio o meu pai, odeio que o Gui esteja a sofrer, odeio magoar a Rita, odeio ter passado toda a minha vida a achar que tinha sido feito para ti e perceber que afinal não era suficiente para o que querias...odeio tudo. - Respondi, sério, a olhar o lago.

Ultimamente, só me apetecia chorar. A minha vida estava virada do avesso e parecia que os problemas apareciam todos ao mesmo tempo. Não só eu não estava bem, como as pessoas à minha volta também não estavam...ainda para mais as pessoas de quem eu mais gostava.

Respirei fundo e senti os meus lábios tremer, anunciado que a choradeira vinha aí. Efectivamente, passei a ver tudo turvo assim que os meus olhos se encheram de lágrimas. Tinha duas hipóteses: ou limpava os olhos para ver alguma coisa de jeito e deixava que as lágrimas caíssem, ou deixava-me ficar como se nada fosse. Preferi a segunda hipótese. Não quis dar um ar frágil junto à Zoey. Tinha aprendido com o Gui que quando os outros nos vêem chorar demais passam a ver-nos mais fracos. E eu não queria isso.
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Mensagem por Convidado Qua 26 Out 2011, 09:59

Suspirei. Aquilo que ele estava a dizer partia-me o coração, não pela minha parte, eu já sabia que não íamos voltar, mas odiava vê-lo sofrer pelos pais, já em pequenino era assim, ele falava comigo triste porque os pais só se chateavam.

Ainda por cima eu sabia que ele queria chorar. Pousei a viola ao meu lado e sentei-me próxima dele.

- Sabes, chorar não faz os homens mais fracos...

Abracei-o devagar, encostando a cabeça dele no meu ombro.

- Eu sei que te fiz mal, e não te peço mais nada, não te vou pressionar para nada. Eu sou tua amiga , Tiago. Amiga. E os amigos ajudam-se.

O que eu dizia era verdade, eu amava-o muito, ele era simplesmente o rapaz mais fantástico que eu já tinha conhecido. E eu ia estar sempre lá para ele, nunca mais iria pressiona-lo para algo mais, mas queria que ele sentisse que eu era um apoio, que ia ajuda-lo e abraça-lo quando ele precisasse e faze-lo sorrir quando mais ninguém o fazia.

- Os adultos têm muitos problemas, não achas? - perguntei-lhe enquanto lhe dava festinhas no cabelo - Nós é que temos de tomar conta deles ás vezes... Mas enfim, o que se há-de fazer? Tu sabes que isto vai passar, am... Tiago.

Fiquei calada durante uns segundos.

- Magoa-nos, eu sempre vi os meus discutir, e ficava em pânico, agora simplesmente deixo que sejam eles a resolver, porque tenho os gémeos e a Joana, que são pequeninos, e eles é que precisam de ser protegidos. Mas entendo que tu fiques revoltado com a decisão da tua mãe, eu própria acho que ela está a cometer um erro, ao deixar o Guilherme.

Deixei-me ficar um tempo calada, para ele pensar e organizar os pensamentos dele. Não sabia se ele estava a chorar ou não, mas também não importava, eu não precisava de ver, sentia a dor dele. Eu cometi erros, mas queria emenda-los, e parte disso passava por mostrar-lhe que podia ser só amiga dele, sempre que ele precisasse.
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Mensagem por Tiago Leand Willis Qua 26 Out 2011, 15:57

Assim que ela começou a falar na decisão da minha mãe, as lágrimas correram pelo meu rosto. Felizmente, a Zoey sabia ser SÓ minha amiga, e era disso que eu precisava agora.

Continuei a fitar o lago, envolto em lágrimas, mas chorava em silêncio. De vez em quando soluçava e sei que ela sentia o meu corpo a pulsar nesses momentos. Era incrível como o meu pai era sempre a razão do meu sofrimento. Sempre, sempre, sempre.

- O meu pai é um egoísta de merda. Só pensa nele e está-se completamente a cagar para o resto, desde que ele mesmo esteja bem. Para que foi esta merda, se a minha mãe estava bem com o Gui?! Porque é que ele não se convence que ela não o ama mais?! - Desabafei, falando dele com desdém. Pela primeira vez desde que ali chegara, olhei para ela. - Porque EU SEI que ela não o ama, Zoey. Eu sei! Ela não verbaliza isso, limita-se a dizer que tem que ser assim. Mas tem que ser assim porquê?!

Soltei um suspiro e tornei a olhar para o lago. Ainda bem que a tinha ali comigo, custaria o triplo passar por tudo aquilo sozinho. E ao menos naqueles momentos de conversa conseguia esquecer o que ela me tinha feito por instantes. Uma dor substituía a outra.

- O que me irrita é que a minha mãe está a ter uma atitude que vai completamente contra tudo o que ela me disse e tudo o que me mostrou nestes últimos anos. Ela odiava o meu pai e estava completamente apaixonada pelo Gui! Eu via isso, ninguém me contava! E agora, de repente, volta para o meu pai, precisamente na altura em que devia odiá-lo mais e...ah... - Suspirei e passei as mãos pelo cabelo. A minha cabeça estava completamente confusa, já não sabia a que mais me agarrar. - Só que eu conheço a minha mãe. E eu SEI que ela não o ama. Por isso tenho a certeza que há outro motivo para ela ter deixado o Gui, mas ela não me conta e essa merda está a irritar-me porque assim não posso resolver nada!
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Mensagem por Convidado Qua 26 Out 2011, 21:12

Já não sabia o que havia de dizer-lhe. Eu sabia o que ele estava a passar, quando a minha mãe nos deixou sozinhos com o meu pai eu também sofri mesmo muito. Ninguém que não tenha passado por algo parecido pode dizer que compreende, mas eu já tinha passado por algo do género e compreendia a dor dele.

- Também não entendo, Tiago. A tua mãe era feliz com o Guilherme e toda a gente via isso. É estranho ela ter voltado para o teu pai depois daquilo que ele fez.

Fiquei calada uns segundos, eu não gostava de tocar naquele assunto, tinha medo de o deixar ainda pior. Por outro lado, falar ajudava sempre, e eu queria que ele deitasse tudo cá para fora.

- Mas também te digo, se se passa algo que não devia, nós vamos descobrir o que é! Prometo-te. Além disso, eu não acredito que eles façam para te magoar, muito menos a tua mãe. Tudo tem um sentido, mesmo que nós não vejamos agora, e nós vamos descobri-lo. Não te preocupes, mais tarde ou mais cedo vai ficar tudo bem, quem não faz mal, nunca merece castigo, foi o que eu sempre ouvi.


Sorri-lhe um pouco, na tentativa de lhe transmitir segurança e tirei de dentro da minha mala uma pequena mantinha e um pacote de bolachas. Pus a manta por cima de nós os dois, já estava a arrefecer e estiquei-lhe o pacote das bolachas depois de tirar uma. Queria que ele se sentisse normal durante um tempo, um miúdo, que era o que nós éramos, e que eu era uma amiga dele, que podámos ter brincadeiras que nos faziam esquecer do resto por breves instantes. Estiquei-lhe o pacote a sorrir um pouco.

- Bolachas?
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Mensagem por Tiago Leand Willis Qui 27 Out 2011, 12:08

- Obrigado. - Disse eu, com um meio sorriso. O meu estado de espírito não me permitia mais que isso.

Como a manta era pequenina, precisavamos de estar mesmo coladinhos para dar para os dois, por isso encostei-me a ela e abracei-a...o que acabava por ser meio parvo, dado que era eu quem precisava de protecção agora.

- Eu acredito que algo não bate certo, mas custa-me ter isso na cabeça porque tenho medo que ela realmente tenha voltado porque o ama e depois desiludo-me de novo. - Disse eu, encostando a minha cabeça à dela. - O Gui não merece isto...
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Mensagem por Convidado Sex 28 Out 2011, 13:25

Deixei-me ficar quieta, encostada a ele. Sabia-me bem mas parecia que ele é que me estava a proteger, e não o contrário. Não era suposto.

- Os adultos são um bocado complicados. Tanto dizem uma coisa, como dizem outra. Mas olha, TU, seja como for, sabes que tens sempre o apoio que precisares. O Guilherme nunca te vai deixar sozinho e os meus pais, que são teus padrinhos também te vão ajudar no que precisares.

Hesitei nas palavras seguintes, falava sem olha-lo e enquanto pensava ia comendo umas bolachas. Passado uns segundos baixei um pouco o olhar.

- E tens-me a mim. Para o que precisares...

Voltei a olhar o lago, comendo mais uma bolacha. Não queria que ele interpretasse mal. Tinha tudo mudado, agora. Eu agora tinha medo de falar com ele, medo que tudo o que eu dissesse ele interpretasse de forma errada. Acho que era isso que me estava a deixar paranóica, não saber mais como falar ao pé dele, com medo.
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Mensagem por Tiago Leand Willis Sáb 29 Out 2011, 01:26

O apoio da Zoey estava a ser incondicional para mim nesta fase da minha vida. Precisava de a ter ali comigo, nem que fosse só a conversar, porque isso fazia-me sentir bem. Apesar de termos acabado, eu ainda a amava e, embora precisasse de tempo para mim, sabia perfeitamente que não conseguiria passar muito tempo sem a ver.

- Sabes, Zo...eu às vezes olho para nós os dois e isso só me faz pensar mais que é impossível a minha mãe não querer mais nada com o Gui ou ele com ela. O facto de uma pessoa nos magoar ou desiludir não faz com que a amemos menos. Nem faz com que queiramos estar longe dela. - Disse eu, olhando o lago também. Provavelmente nem devia estar a dizer aquilo, mas fuck the police, man
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Mensagem por Convidado Sáb 29 Out 2011, 09:49

Sorri um pouco com aquilo. Eu sabia que ele não deixara de me amar, o amor não acaba de um dia para o outro. Eu também o amava, mas queria que ele percebesse que eu entendia que ele precisava de tempo. No entanto, falei só como se fosse apenas sobre o caso do Guilherme e da mãe dele.

- Eu sei... Mas até voltar tudo ao normal demora. Mas eu acredito que eles ainda vão ficar juntos. Acho que só o morte os ia separar, mesmo.

Eu estava a falar mesmo o que pensava. Tinha a certeza que a história deles não tinha acabado. Fitei o lago outra vez.

- Talvez eles só precisem de tempo, os dois, para aclarar ideias e perceberem que é mesmo um com o outro que querem ficar, de vez.

Sorri um pouco, a relação da Joanna com o Guilherme era a visão viva daquilo que eu sabia que tinha sido a relação dos meus pais, e agora é que eu percebia o difícil que devia ter sido para os meus pais, até ficarem juntos. Mas ficaram... E o Gui e a Joanna iam ficar também.

- Além disso, não substimes o poder do amor de um filho, tu também podes ajuda-los.


Continuei a olhar para o lago e fazia pequenos desenhos sem ver, coraçõezinhos, num montículo de terra que estava ao pé de mim. Era engraçado, mesmo tendo acabado, o Tiago continuava a tratar-me como se eu fosse a menina dos olhos dele.
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